quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Palpite: Encontro com Fátima Bernardes encontra o tom.

Murilo Melo



Quando o Encontro com Fátima Bernardes estreou em junho passado nas manhãs da TV Globo,  a coluna Palpite fez uma análise do programa, após a exibição dos cinco primeiros episódios  (relembre aqui). Nesses primeiros programas, o Encontro estava mal costurado e com uma certa confusão de formato. Precisava "de um insight, uma reviravolta e encontrar identidade própria". Parecia haver também era um desencontro entre proposta e horário.
A equipe, que envolve direção, produção e a apresentadora, entre outros membros, precisou de cerca de seis meses, após Fátima Bernardes deixar a bancada do Jornal Nacional, para dar formato a atração. A espera e as chamadas vinculadas à programação da emissora criaram uma enorme expectativa do público e da crítica em torno da nova atração. Todos esperavam algum tipo de revolução na tv brasileira e até a estreia, ninguém sabia nada sobre a atração. A pergunta que não queria calar era: como se sairia a jornalista fora da bancada do JN?
Com a avalanche de críticas, nada positivas desde a estreia, Encontro com Fátima Bernardes precisou ser reformulado. As mudanças começaram pelo visual. Através de estudos, a direção da casa percebeu que o cenário de Fátima estava escuro para o horário. Depois de uma reorganização, o cenário ficou com menos cara de consultório, puxando para tons de azul e amarelo. A plateia e os convidados também foram melhor distribuídos no palco.
Uma outra mudança é que o programa agora não tem apenas um tema por semana e investe mais pesado em reportagens externas, apostando ainda em temas quentes e ao mesmo tempo interessantes. Até as palhaçadas de Marcos Veras se tornaram úteis. O rapaz agora brinca na hora certa e usa desse talento para promover os assuntos abordados. Outro ponto interessante é que o Encontro consegue reunir, ao mesmo tempo, opinião de celebridades, anônimos e especialistas. 
Atualmente, o Encontro continua com alguns erros, como toda produção, mas parece ao telespectador já estar adaptado e estabilizado nas manhãs da emissora.  Antes não existia um programa parecido, que colocasse em discussão, de forma civilizada e inteligente, os principais temas do momento, como visto recentemente com a questão da violência. 
As pautas são bem dimensionadas e a elegância natural da apresentadora é transmitida para o público e convidados. Lá tudo é conversado. Não tem nada gritado e sensacionalista, como no Casos de Família comandado pela Crhistina Rocha, no SBT. É permitido ao telespectador pensar e chegar a uma conclusão do meio onde vive.

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